Obras da Augusto Montenegro seguem paradas a 3 meses da COP 30 e podem impactar chegada de milhares de visitantes
- 31/07/2025
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A três meses da COP 30, as obras de urbanização da Avenida Augusto Montenegro — uma das principais vias de Belém e rota estratégica para o evento — seguem abandonadas. O trecho em questão, entre o Distrito de Icoaraci e a entrada do Tapanã, permanece incompleto desde agosto de 2024, sem previsão de conclusão.
Esse segmento faz parte dos 12 km totais da via, que conecta a região central de Belém aos distritos de Icoaraci e Outeiro. Ele será passagem obrigatória para as mais de 6 mil pessoas que ficarão hospedadas em dois transatlânticos no Porto de Outeiro e que, diariamente, terão de se deslocar até o Parque da Cidade, onde ocorrerá a conferência.
Hoje, a situação do trecho é crítica: lixo espalhado, esgoto a céu aberto, calçadas inexistentes, tráfego caótico, BRT inacabado e trechos abandonados de obras, colocando motoristas, ciclistas e pedestres em risco.
Obra que se arrasta e promessas não cumpridas
Iniciadas em 2022, as obras foram apresentadas como um projeto de R$ 170 milhões, ainda com recursos garantidos na gestão de Zenaldo Coutinho, com a promessa de transformar a Augusto Montenegro em uma via moderna e integrada ao BRT.
Em junho de 2024, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) entregou apenas um pequeno trecho, pouco antes das eleições municipais, afirmando que 80% do projeto estava pronto e prometendo a conclusão até dezembro de 2024. Mas, antes mesmo do pleito, os trabalhos foram interrompidos e não foram retomados.
A gestão atual, comandada por Igor Normando (MDB), ainda não apresentou cronograma para finalização das intervenções, apesar da urgência causada pela proximidade da COP 30.
Impacto direto na mobilidade da COP 30
A Augusto Montenegro será uma das rotas mais utilizadas por delegações e turistas, já que o deslocamento dos transatlânticos atracados em Outeiro até o Parque da Cidade passará obrigatoriamente pelo trecho em obras.
Se nada mudar, os visitantes enfrentarão congestionamentos, insegurança viária e uma imagem de abandono que poderá repercutir negativamente no cenário internacional.
Moradores cobram providências
Enquanto a prefeitura não dá respostas, a população local segue convivendo com os transtornos. “É muito perigoso caminhar ou pedalar aqui, principalmente à noite, com pouca iluminação e buracos por toda parte. E essa é a entrada da cidade para um evento mundial. Uma vergonha”, critica um morador do Tapanã.
Até o momento, a Prefeitura de Belém não informou prazos para retomada das obras nem se pretende adotar medidas emergenciais para garantir mobilidade durante a conferência.